A confirmação de reinfecções pelo SARS-CoV-2 e uma mutação deste vírus já
identificada no país vêm deixando a população alerta neste início de ano. Diante do
grande número de pessoas que já contraíram o coronavírus, a possibilidade de confirmar
o nível de imunidade contra a doença pode trazer um pouco mais de tranquilidade. Esse
é o objetivo de um teste inédito no Brasil e que já é oferecido na região Sul do Brasil
pelo Laboratório Mont’Serrat, de Porto Alegre (RS).
Através da tecnologia Imunobiotech, é possível identificar a quantidade de anticorpos de
defesa desenvolvidos contra a proteína viral que é responsável por conectar o vírus às
células humanas. Com resultado em apenas seis horas, o exame tem um custo menor
do que os testes rápidos que são utilizados normalmente. Além de apresentar resultado
positivo ou negativo, o teste pode medir a concentração de anticorpos presentes na
amostra — com uma altíssima sensibilidade de 98,2%.
“Pacientes com esses anticorpos em níveis elevados estarão realmente protegidos contra
a infecção. Até o momento, evidências científicas indicam que esses anticorpos
neutralizantes evitariam o desenvolvimento da doença novamente. Infelizmente, nem
todos que a tiveram desenvolveram defesas suficientes para estarem efetivamente
imunizados, por isso a importância desse tipo de exame”, destaca Janaina Scarton,
diretora do Laboratório que é um dos mais tradicionais grupos gaúchos de exames e
análises clínicas — com mais de 30 anos de atuação consolidada no mercado.
Os estudos realizados com pacientes que desenvolveram a covid-19, utilizando o
ImunoScov19, mostraram que a maioria das pessoas mantém a resposta imune mesmo
após seis meses do surgimento da doença. A especialista reforça que o teste muda o
paradigma do coronavírus e a percepção da população sobre a pandemia. “Trata-se de
um exame completamente diferente porque nos permite quantificar a resposta
imunológica e estabelecer níveis de imunidade contra o vírus. Serve tanto para pessoas
que já tiveram a covid-19 como para aquelas que não foram expostas à doença mas
podem apresentar algum nível de imunidade cruzada contra o vírus”, completa Janaina,
ao lembrar que as pessoas que participaram de protocolos de pesquisa das vacinas
também acompanharam seus níveis de imunidade por meio desse teste.
A tecnologia usada no método de coleta de amostras é a mesma adotada há décadas
para a realização do teste do pezinho em recém-nascidos. Pode ser feito pelo próprio
paciente em casa, sem a necessidade de se deslocar até um laboratório ou hospital para
a coleta. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3222.3000 ou pelo
WhatsApp (51) 9 9379-9664.
Como funciona o ImunoScov19
O exame detecta a presença de anticorpos tipo IgG para a proteína S (spike) total —
estrutura que fica na parte externa do vírus. A proteína S tem três componentes: S1
(responsável pela ligação do vírus ao receptor-ACE da célula humana), S2 (responsável
pela entrada do vírus) e tronco (que liga as duas partes). Por ser responsável pela
entrada do SARS-CoV-2 na célula humana, a proteína S estimula a produção de
anticorpos IgG chamados neutralizantes, que bloqueiam a infecção do vírus no corpo.
Pelas características da proteína recombinante utilizada no teste, as mutações virais até
o momento descritas não interferem nos resultados.
Os estudos de padronização resultaram na criação de um algoritmo inovador que
permite classificar os pacientes em quatro grupos distintos:
1. Pacientes sem anticorpos detectáveis (que representam 60,15% da população
estudada).
2. Pacientes com nível 1 de imunidade cruzada (35,27% da população estudada).
3. Pacientes com nível 2 de imunidade cruzada (4,58% da população estudada).
4. Pacientes com anticorpos detectáveis pós-covid-19.
Crédito da foto: Sérgio Oliveira / divulgação. |