Uma das principais estratégias de enfrentamento ao coronavírus, a ampliação de leitos
de UTI adulto com atendimento SUS superou o número projetado pelo governo do
Estado no início da pandemia. A estimativa era de aumento de 60% nas vagas. Quatro
meses depois, o Rio Grande do Sul alcança aumento de 90,6%, divulgou o governador
Eduardo Leite nesta quinta-feira (30/7).
No início de março, o RS tinha 933 leitos de UTI e está chegando a 1.779, contabilizando
as habilitações que devem ser concluídas nos próximos dias. “Nosso governo trabalhou
duramente, desde o início da pandemia, para ampliar o sistema de atendimento e
garantir que ninguém fique sem tratamento hospitalar por conta da Covid-19. A
estratégia ponderada de gestão do Distanciamento Controlado nos proporcionou fôlego
para preparar a estrutura de saúde para o momento mais crítico da pandemia, que é
agora”, observou o governador em transmissão pelas redes sociais.
“Se não fosse a ampliação, o nosso sistema de saúde já teria colapsado. Só na estrutura
pública, estamos com ocupação de mais de 1,2 mil pacientes internados neste
momento, quando até quatro meses atrás a capacidade do SUS era de 933 leitos.
Ampliamos e vamos continuar ampliando”, afirmou Leite.
A meta, em agosto, é chegar a 1.909 leitos de UTI habilitadas, o que vai representar
aumento de 104,6% – ou seja, mais do que dobrará a capacidade pré-pandemia. Estão
incluídos nesta lista os hospitais de São Jerônimo, na região Carbonífera, e Camaquã, na
Costa Doce.
Após receber 10 respiradores do Ministério da Saúde, 10 bombas de infusão e três
respiradores de transporte do projeto Todos pela Saúde, o Hospital de Caridade São
Jerônimo está abrindo 10 leitos de UTI exclusivos para pacientes com coronavírus.
No Hospital Nossa Senhora Aparecida, de Camaquã, também são 10 leitos de UTI SUS
exclusivos para tratamento de Covid-19 – que são as primeiras unidades de terapia
intensiva do município.
“É a realização de um sonho de muitos anos para a nossa região. Vamos fazer de tudo
para que a comunidade fique bem servida aqui”, afirmou o diretor-presidente do hospital
de Camaquã, José Almiro Chagas de Alencastro, no vídeo gravado na nova UTI e exibido
durante a transmissão.
Com esses novos leitos, são 40 na região Carbonífera/Costa Doce, contabilizando os 10
leitos abertos em Charqueadas e outros 10 em Guaíba. Até que o Ministério da Saúde
faça a habilitação dos novos leitos, o governo do Estado custeará as diárias.
“Não tínhamos nenhum serviço hospitalar com leitos de UTI nessa região e, em menos
de duas semanas, implantamos 40 leitos. Todo esse esforço que o governo está fazendo
focado na diminuição da aceleração de transmissão do vírus precisa ter a retaguarda
necessária. Além disso, será um legado que deixaremos na pós-pandemia e que era
muito necessário nessa região”, destacou a secretária estadual da Saúde, Arita
Bergmann.
• Clique aqui para ver a lista de novos leitos habilitados ou aguardando habilitação por
data e hospital.
21ª região do Distanciamento Controlado
A região Carbonífera/Costa Doce forma uma das 30 Regionais de Saúde definidas pelo
Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems). Para o
modelo de Distanciamento Controlado, o Estado havia agrupado algumas delas
considerando como critério a existência de hospitais de referência para leitos de UTI e
chegou a 20 regiões.
Com a criação dos 40 leitos em Guaíba, Camaquã, Charqueadas e São Jerônimo e
cumprindo com o compromisso do diálogo, o governo decidiu acatar o pedido para
desmembrar a região Carbonífera/Costa Doce da de Porto Alegre, criando a 21ª região
do Distanciamento Controlado.
“Era uma demanda dos prefeitos de que pudessem ser analisados não no contexto da
capital, mas pelos seus próprios indicadores. Vamos validar esta iniciativa com os
municípios nos próximos dias e, se for adequado, teremos a 21ª região a partir da 14ª
rodada (mapa preliminar divulgado em 7 de agosto)”, afirmou Leite.
Pacientes de fora da região
Uma outra mudança vai ser implementada já na próxima rodada, a 13ª, cujo mapa
preliminar será divulgado nesta sexta-feira (31/7). O governo passará a considerar na
análise do Distanciamento Controlado, para cada região, o número de pacientes que
vierem de fora e quantos forem internados fora. Se o saldo impactar nos indicadores do
cálculo final de uma determinada região, não terá a bandeira agravada.
"Ou seja, se uma região iria para bandeira vermelha por ter recebido mais pacientes de
fora do que mandou, ela vai ficar na laranja. Porque a intenção do Distanciamento não é
punir regiões, é estabelecer o distanciamento necessário para evitar que o vírus circule.
E se uma bandeira foi agravada porque está recebendo pacientes de fora, não é por
conta da circulação do vírus naquela região, ou seja, não teria porque aumentar o risco
e as restrições", explicou o governador. |