O percentual de famílias endividadas apresentou queda na comparação com o mês anterior,
mas apresentou avanço na comparação interanual, conforme apontou a Pesquisa de
Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). Em setembro de 2019, o percentual de
famílias endividadas foi de 69,9%, enquanto em agosto esse número era de 71,3% e de
66,4% em setembro de 2018. O estudo é da Fecomércio-RS e foi divulgado nesta quarta-feira
(09/10) e pode ser acessado aqui.
Sobre a percepção do nível de endividamento, o percentual de famílias que se considera
muito endividado ficou praticamente estável na margem, enquanto aquelas que se consideram
pouco endividadas, teve aumento: de 27,9%, em agosto, para 29,2% em setembro. Na média
em 12 meses, o tempo de comprometimento com dívidas foi de 5,3 meses, com redução
considerável em relação ao ano passado, quando o indicador era de 6,9 meses. O cartão de
crédito ainda é o principal meio de dívida para 75,2% dos entrevistados. Na sequência estão
os carnês (37,3%), crédito pessoal (15,7%) e financiamento habitacional (14,3%).
O percentual de famílias com contas em atraso (26,2%), por sua vez, registrou aumento
em comparação a agosto (25,5%), atingindo maior valor desde maio de 2018. Frente a
setembro do ano passado (22,1%), também foi identificado avanço. Na margem, o resultado é
reflexo da alta do percentual de famílias com contas em atraso no grupo com rendimento de
até dez salários mínimos, que passou de 28,4% para 29,5%. No grupo com renda superior a
dez salários, o indicador permaneceu estável (13,9%). O tempo médio de contas em atraso
também teve alta, registrando 63,9 dias em setembro enquanto em agosto o indicador era de
63,4 dias. A elevação refletiu aumento do percentual de famílias que indicaram tempo de
atraso maior que 90 dias, passando de 41,5% para 43%. Esta é a sétima elevação na margem
do indicador, no entanto, o percentual ainda está distante dos 46,2% verificados em janeiro
de 2018.
O indicador de perspectiva de pagamento das dívidas em atraso também aumentou em
setembro. Esta foi a sexta elevação consecutiva de famílias que não terão condições de quitar
suas dívidas em atraso em 30 dias, atingindo o maior percentual desde abril de 2018, quando
o indicador registrava os mesmos 10,9%. Na média em 12 meses, o índice passou de 6,6%
para 7,1%.
"Apesar da alta recente, os indicadores de inadimplência ainda não geram preocupação.
Para os próximos meses esperamos que esses indicadores apresentem alguma melhora. Isso
deriva basicamente de três motivações: a geração de empregos temporários típicos do final de
ano, a possibilidade de saques das contas do FGTS e o recebimento de 13º salário", completou
Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
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