O inimigo agora é outro. Depois de grandes avanços no combate ao tabagismo, a indústria se
reformulou e o surgimento de novas opções que se assemelham ao cigarro, mas com outros
nomes, preocupam os médicos. Por conta disso, a Associação Médica do Rio Grande do Sul
(AMRIGS) está reforçando o trabalho desenvolvido há quase duas décadas, o “Fumo Zero”. O
objetivo da ação é conscientizar a população dos malefícios causados pelo tabagismo.
O Projeto Fumo Zero foi iniciado em 2003 na AMRIGS, tendo como pilares: a proteção do
fumo passivo, para que os não fumantes não se exponham à fumaça ambiental do tabaco; a
prevenção do tabagismo, para evitar que o jovem inicie e se torne dependente, e o
tratamento, para auxiliar os fumantes a pararem. O principal recurso para atingir estas metas
é o trabalho coordenado da AMRIGS com apoio de todas as entidades e sociedades médicas
interessadas no tema, além do apoio da mídia.
- A partir de 2003, com a liderança e atuação da AMRIGS através do Projeto Fumo Zero em
parceria com outras instituições (governamentais e ONGs), conseguiu-se diversos avanços
como ratificação pelo Brasil da Convenção Quadro da OMS (2005), aprovação de Lei Antifumo
mais completa (Lei Federal 12.546/2014) e proibição de aditivos por decisão da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Como consequência destas, e outras ações em
rede, a prevalência do tabagismo entre adultos, nas últimas três décadas, reduziu de 35%
para 10%, o que é muito significativo - explica o coordenador do projeto, o médico Luiz
Carlos Corrêa da Silva.
O grande desafio da AMRIGS como instituição líder neste âmbito é manter seus diretores,
colaboradores e associados atentos a novos desafios propostos pela indústria do tabaco como
cigarros eletrônicos, tabaco aquecido, narguilé e outros dispositivos de inalação.
- Deveremos promover muita informação e mobilização para não perder o terreno
conquistado. É importante, ainda, o apoio do poder público através de ações que apoiem a
causa - completou.
Para o médico, o conhecimento sobre o tema existe, ainda que não seja muito ostensivo
devido aos problemas da educação básica. O que mais falta, na visão dele, é atitude prática
de governantes e políticos, acreditando que tudo fica bem mais reforçado com o exemplo de
retidão e comprometimento das lideranças.
Fonte: PlayPress |